segunda-feira, 19 de abril de 2010

Atos 20.17 Presbíteros, Bispos ou Pastores?


A tese deste livro é: "Presbíteros são pastores"
Presbiteros são pastores, não administradores. Sua função é cuidar do rebanho do Bom Pastor, não simplesmente "Adminsitrar negócios" de uma instituição corporativa.
Vejamos o que dizem as Escrituras em atos 20.17-38. Nessa passagem encontramos as conhecidas palavras palavras de despedia de Paulos aos presbiteros de Éfeso, que havia para dar as últimas instruções (13ss) Nesse texto importante, Paulo emprega diversas palavras para descrever os homens aos quais ele se dirigee:
No versículo 17 refere-se a els como "presbíteros" (usando a palavra grega "presbyteros", de onde vem a palavra em português "presbítero" e "presbiteriano").
No versículo 28 ele os chama de "bispos" (da palavra grega "episcopos"; radical do termo "episccopal", em português, "bispo")
Ainda no versículo 28 ele os chama de "pastores" ( a palavra grega é "poimein", termo usado para o "pastor de ovelhas" ou "quem cuida do rebanho" )
A que estamos nos referindo com esses versículos? Devemos falar de presbíteros, bispos ou pastores, ou devemos falar de presbíteros, bispos e pastores? Poderíamos fazer várias observações interessantes sobre essa questão. Por exemplo, podemos observar que sistemas eclesiásticos denominacionais inteiros surgiram de acordo com o termo que escolheram enfatizar ao ler esse capítulo. A ênfase na palavra "episcopos" levou à criação do sitemas episcopal de governo da igreja, onde, no lugar dos presbíteros, a autoridade encontra-se nas mãos de uma hierarquia de bispos que governam a igreja. O mesmo acontece com a ênfase em "presbyteros", que o levou ao tipo de governo que chamamos presbiteriano ( literalmente "governo de presbíteros"). E, ao se colocar esses dois termos de lado em favor de uma enfase na palavra "pastor", tem-se uma forma benigna de ditadura na qual o pastor local é o único a exercer o ministério pastoral.
Indo além dessas observações, o mais importante é verfificar de que forma essas palavras bíblicas relacionam-se entre si. Leia a passagens com atenção. o cargo ( comissão, designação com autoridade) é de presbítero (17). De modo simples, porém significativo, a passagem chama essses homens de "presbíteros da igreja". Num trecho anterior, em Atos 14.23, o texto diz que Paulo e Barnabé promoveram "em cada igreja , a eleição de presbíteros ( ver também Tito 1.5). A questão é muito clara; os apóstolos e os membros da igreja primitiva viam a esses homens como "presbíteros". O trabalho ou a tarefa refrente ao cargo desses presbíteros encontra-se descrito no versículo 28, como sendo de "supervisionar" a si mesmos e o rebanho ( episcopos do grego "epi", que significa "em" ou "sobre", junto com "scopos" que se refere à "visão" ou vista, como em "microscópio" que significa "visão do pequeno").
Finalmente, o espirito, o cara´ter, ou se preferir, o coração, como o qual os presbíteros devem realizar o trabalho de supervisão é o de "pastor" ("aquele que cuida do rebanho")
O que podemos concluir com isso? Os presbíteros que supervisionam o rebanho são pastores da Igreja! A igreja do Senhor é um rebanho que enfrenta lobos voarazes ansiosos por estraçalhar as ovelhas e devorar os cordeiros com suas presas da falsa doutrina e do estilo de vida mundano (Atos 20.29,30). O cuidado desse rebanho requer uma supervisão diligente e uma vigilância atenta. No entanto, a supervisão e vigilância atribuidas aos presbíteros da igreja é uma perda de tempo se naõ nasce de um cuidado genuíno e sincero pelo rebanho. O cuidado pastoral - pastoreio não se contenta em simplismente administrar os recursos do rebanho. Antes, requer um interesse autêntico e amor. No cuidado pastoral o presbítero deve envolver-se de corpo e alma na busac pelo bem estar de cada indivíduo do rebanho. É uma tarefa que vem do coração - o coração de um pastor, que é bem diferente do espirito relutante e acanhado de um funcionário contratado (João 10.11-13).
Contudo, o que vemos em nossas igrejas hoje em dia são administradores. O pastor principal aparece como um alto executivo (presidente) que "vende a visão"; os diáconos exercem (normalemnte por meio de uma comissão) a função da GAF ( Gereência Administrativa Financeira); e dentro desse modelo moderno de uma igreja corporativa ou empresarial, os presbiteros se transformam no Conselho Diretivo.
Cabe a eles a responsabilidade administrativa de dar rumo para a vida da corporação. Assim, ecomendam ou desenvolvem um "plano de marketing" para crescimento da igreja e prestam contas ao presidente, mantendo-o informado da implementação e sucesso do plano de crescimento. Supervisionam e dirigem de modo profissional os programas de captação de recursos para orçamentos operacionais ou de construção. delegam toda e qualquer responsabilidade pastoral aos profissionais trainados para lidar com tais contigências.
Todos os verdadeiros seguidores de Cristo concordam que a igreja deve pregar e ensinar a Palvra de Deus para, desse modo, evangelizar as nações, trazê-las para o corpo de fiéis pelo batismo, através do arrependeimento, conversão e fé e pelo discipulado para uma vida cristã disciplinada. essa é a ordem da Grande Comissão em Mateus 28. Ao procurar cumprir a Grande Comissão numa era de rápidas transformações como a nossa, a igreja se depara com novas idéias e adota algumas delas. E nem todas essas idéias são ruins. Apesar das criticas que faço ao modelo empresarial corporativo, muitas vezes ele nasce do desejo de usar com eficiência os recursos da igreja e de uma abordagem otimista e determinada a alcançar os objetivos bíblicos do corpo de Cristo. Quer seja eficient ou não, voltada para os objetivos ou não, essa abordagem tem um alto preço, que é a transferência dos seus "pastores" ao novo departamento "administrativo". E o rebanho sofre com isso.

Do livro: Coração de Pastor de John Sittema

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