quinta-feira, 8 de abril de 2010

A Hora de Despertar!




A importância do trabalho missionário é amplamente confessada pela maioria dos pastores de formação evangélica. Pregar o evangelho a todas as nações é considerado uma das principais atividades da igreja de Cristo sobre a terra. Contudo, a prática ministerial de alguns parece refletir a convicção de Juan Carlos Ortiz de que pastores não geram ovelhas, apenas as alimenta; ovelha é quem gera ovelha...
De acordo com esta perspectiva, o envolvimento no trabalho missionário é uma responsabilidade que se limita aos membros da igreja local. Todavia, aqueles que pensam que o envolvimento missionário é responsabilidade apenas das ovelhas nunca devem se esquecer de que eles também são ovelhas do Supremo Pastor.
Uma vez que a igreja local é orientada, discipulada e motivada por sua liderança, especialmente pelo pastor, a falta de comprometimento dos líderes com o desperta- mento missionário de suas comunidades resulta em sérios prejuízos para a seara do mestre. Quando os pastores negligenciam a responsabilidade de motivar suas igrejas em prol da obra missionária esta tarefa é relegada as agencias missionárias. Embora, essas agencias se esforcem por realizar um trabalho a contento, o fato é que elas não o conseguem, pois, sempre estão muitos distantes das igrejas locais e sua contribuição mais valiosa é facilitar o ingresso do missionário no campo. A motivação missionária, a formação, o pastoreio dos obreiros e o sustento dos mesmos estão intimamente conectados à igreja local. O fato é que há uma geração de missionários retornando do campo por ter atingido a idade da aposentadoria e os candidatos a substituí-los são poucos, alguns despreparados e outros sem as condições financeiras, pois “missões” não faz parte dos temas freqüentemente abordados nos púlpitos das igrejas locais.
Outro problema com a negligencia dos pastores em motivar suas igrejas para a obra missionária está relacionado ao que ocorre com a própria vizinhança dessas igrejas. Normalmente aqueles que não são desafiados ao envolvimento missionário não conseguem alcançar os que moram ao seu redor. A freqüência dessas igrejas, no geral, consiste de membros, que moram em áreas mais afastadas, que dependem de veículos para sua locomoção ao templo e não daqueles que moram na vizinhança e poderiam vir a pé. Além de resultar em um acumulo de veículos no estacionamento de igreja, este quadro revela que algumas comunidades não possuem olhos nem para os que estão ao seu lado! Além do mais, essa atitude alimenta a convicção de que missões só podem ser realizadas por aqueles que cruzam os oceanos e nunca por aqueles que se dispõem a cruzar a rua para falar de Cristo para o próximo. Pior ainda, o descaso da liderança eclesiástica com a prática missionária transmite a mensagem de que esta atividade é secundária que só deve ser lembrada uma vez por ano e que somente algumas pessoas “anormais” se interessam por ela.
O fato é que o envolvimento de um pastor com atividade missionária da igreja depende de sua teologia sobre Deus e de sua perspectiva sobre o ser humano. Além do mais, o entendimento dessas áreas está sujeito ao conhecimento bíblico que esse pastor possui. Poe exemplo, a revelação bíblica sobre Deus é que ele é absolutamente soberano, sábio e comprometido com a criação. A mensagem missionária teve sua iniciativa no próprio Deus que amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho ( Jo 3.16). Dessa forma qualquer pastor que tem sua prática ministerial fundamentada na revelação bíblica de Deus invariavelmente será comprometido com o mundo de Deus, sua obra redentora e sua mensagem salvadora. De certa forma, toda negligência a atividade missionária pode estar vinculada a uma teologia errônea.
O comprometimento com a atividade missionária da igreja ainda depende da compreensão que a pessoa tem sobre o ser humano. O ensino bíblico nesse caso é que o homem é pecador, destituído da glória de Deus, condenado à perdição eterna se não se arrepender dos seus pecados e se não crer em Cristo como seu único Salvador. Paulo, em seu ministério apostólico, afirmava esforçar-se para anunciar o evangelho a fim de que as pessoas se convertessem das coisas vãs e se voltassem para o Deus vivo (At 14.15). O homem sem Deus é considerado filho da ira e está sem esperança de Deus no mundo (Ef 2.12). Somente a mensagem do evangelho é poderosa para transformar “filhos da ira” em “filhos de Deus”. Logo, qualquer pastor que tiver uma perspectiva correta sobre a humanidade estará comprometido com o anúncio do evangelho e a prática missionária da igreja cristã.
O que um pastor poderia fazer para se envolver com missões? Primeiramente ele poderia manter uma agenda sistemática de intercessão pela obra missionária. Há várias informações sobre os povos não-alcançados, sobre campos missionários e, especialmente, sobre o contexto no qual o próprio Deus o colocou como pastor. Assim, o vínculo criado pela intercessão logo será transmitido em suas conversas, sermões e atitudes em geral. Depois, ele pode manter o compromisso de pregar periodicamente sobre o assunto.
A bíblia está repleta de subsídios a e esse respeito. Há textos que indica a importância da prática missionária, outros desafiam a um maior envolvimento e ainda outros descrevem as bênçãos advindas desse comprometimento. Quando a igreja ouve o seu pastor pregando periodicamente sobre um assunto ela se convence de que o mesmo é importante!
Extraiido do Brasil Presbiteriano
Rev. Valdeci da Silva Santos

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